Em “O Divã”, no teatro, Alexandra Richter interpretava a melhor amiga da protagonista, personagem de Lília Cabral. Ótima atriz, ela fez a escada que o papel pedia sem se deixar apagar. A experiência com Lília Cabral se repetiu no cinema no filme homônimo.
Agora, em “Passione”, Alexandra tem a chance de reunir duas de suas especialidades: o humor e o talento para fazer uma festa com um papel não tão grande quanto mereceria. Como Jackie, ela vem crescendo a cada capítulo.
Ironia das ironias, a personagem é a expressão da coadjuvante. Apaixonada pelo patrão é, ao mesmo tempo, a melhor (e falsa) amiga da mulher dele, Clô (Irene Ravache). A atriz, entretanto, parece bem à vontade dando as deixas para Irene Ravache e não se restringiu a um espacinho acanhado. Com boa química com sua companheira de cena, ela vem divertindo. Contracena também muito com o aparelho de telefone, quando confabula com Fortunato (Flávio Migliaccio) e tem momentos divertidos com Simone Gutierrez.
É a prova que (com o perdão do clichezaço) para uma atriz talentosa não há papel pequeno. O que não quer dizer que não seria bom vê-la com uma personagem de mais destaque.
Por Patrícia Kogut, jornalista do jornal O Globo
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